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Segundo COFEN mais de 50 mil profissionais de enfermagem foram contaminados pela Covid-19

Informação foi divulgada em audiĂȘncia conjunta de comissões da Alerj

Por Redação em 14/05/2021 às 19:16:59
Divulgação

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Pesquisa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) apontou que 55.499 profissionais de enfermagem foram infectados pela covid-19 e 778 morreram em decorrĂȘncia de complicações da doença. O levantamento, atualizado diariamente, foi discutido durante audiĂȘncia pĂșblica conjunta das Comissões de SaĂșde, de Trabalho, de CiĂȘncia e Tecnologia e de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizada de forma remota nesta sexta-feira (14/05).

"A enfermagem tem desenvolvido com muita garra o seu papel de cuidado durante a pandemia, no acolhimento, no rastreio, na testagem dos casos suspeitos, nos cuidados intensivos e na reabilitação pós-contaminação. Mas, mesmo assim, a maioria dos trabalhadores estĂĄ sujeita a baixos salĂĄrios, exaustão devido às longas jornadas de trabalho, adoecimento e mortalidade", lamentou a presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn Nacional), Sônia Acioli.












A falta de profissionais, a ausĂȘncia de um piso salarial adequado e de um programa de aposentadoria especial também foram pontos levantados durante a audiĂȘncia. De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren), só em 2021, o órgão recebeu500 denĂșncias referentes à precariedade das condições de trabalho dos profissionais da categoria, principalmente durante a pandemia.

"HĂĄ a questão da falta de recursos e dos equipamentos de proteção individual; da preterição de vacina; da ausĂȘncia de local de descanso para os profissionais que trabalham em uma escala de até 40 horas semanais, sem garantia das duas horas mĂ­nimas de descanso em um plantão noturno, entre outros. Além disso, muitos trabalhadores acabam tendo que dobrar a jornada, por causa do nĂșmero insuficiente de profissionais para prestar assistĂȘncia adequada para a população. HĂĄ uma sobrecarga nĂ­tida desses profissionais.", declarou a chefe de Fiscalização do Coren, Danielle Bertoly.

CarĂȘncia de investimento em formação e pesquisa

A diretora da Escola de Enfermagem Anna Nery, Carla Araujo, sugeriu que sejam oferecidos programas de residĂȘncia no estado e realizados investimentos na ĂĄrea de pesquisas:

"O Estado do Rio é muito tĂ­mido na oferta das residĂȘncias, mais especificamente na enfermagem. As bolsas oferecidas vĂȘm dos Ministérios da SaĂșde e da Educação ou do municĂ­pio. Mas seria oportuno ter programas de enfermagem para atender inclusive outros municĂ­pios fluminenses. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) nunca ofereceu um edital especĂ­fico para enfermagem. É necessĂĄrio que a Faperj tenha um olhar diferenciado e proponha editais que realmente contemplem as pesquisas qualitativas da ĂĄrea."

A presidente da Comissão de SaĂșde, deputada Martha Rocha (PDT), afirmou que os pontos referentes às condições de trabalho, citados pelos participantes, foram verificados desde os trabalhos executados pela Comissão da Covid. A parlamentar ainda afirmou que vai realizar reunião com a presidĂȘncia da Faperj, para tratar da questão do fornecimento de bolsas para os profissionais de enfermagem. A deputada também pretende realizar audiĂȘncia conjunta com a Comissão de Educação para debater a oferta do ensino remoto para estudantes da saĂșde.

"Na Comissão de SaĂșde e na Comissão da Covid, verificamos a precarização das condições de trabalho dos profissionais da ĂĄrea da saĂșde, a falta de EPIs, os profissionais que se contaminaram, a troca de organizações sociais e a falta de amparo aos servidores que trabalham nessas OS"s. Isso exige de nós empenho para a solução desses problemas. O melhor exemplo disso é o Plano de Cargos e SalĂĄrios (PCCS), que é uma luta hĂĄ 20 anos. É lamentĂĄvel que, mesmo diante dessa crise sanitĂĄria que estamos vivenciando, o governo não considere a saĂșde como eixo prioritĂĄrio na Lei de Diretrizes OrçamentĂĄrias", declarou a deputada.

À frente da Comissão de CiĂȘncia e Tecnologia, o deputado Waldeck Carneiro (PT), ressaltou o impacto da pandemia no ensino: "O processo de formação de enfermeiros, técnicos e auxiliares foi afetado pela pandemia. Toda a parte relacionada à formação prĂĄtica dos novos profissionais foi atingida pela impossibilidade total ou parcial de realização das atividades em laboratórios ou que requerem a presença do formando. A pesquisa na ĂĄrea de enfermagem também é protagonista em vĂĄrias universidades, como UFRJ, UFF, UniRio. Sem a enfermagem não conseguirĂ­amos aplacar os graves efeitos da pandemia."

Fonte: ALERJ

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