A Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) está no centro de uma polêmica envolvendo contratos que somam quase R$ 600 milhões, o maior valor já registrado pela entidade, coincidindo com a gestão de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda e a transição para o governo de Lula. Barchini, figura ligada a Haddad, também teve participação na gestão municipal do petista em São Paulo.
A relação entre a primeira-dama Janja e a OEI se intensificou com o evento G20 Social, apelidado de "Janjapalooza", organizado por Jabonero em novembro de 2024 no Rio de Janeiro. Este evento, que contou com a presença de artistas e militantes, serviu de plataforma para Janja, que inclusive atacou o empresário Elon Musk.
A OEI justificou o "Janjapalooza" como uma "proposta inovadora" da presidência brasileira, com um custo estimado em mais de R$ 80 milhões, financiado por patrocínios de estatais. Parte das despesas se misturou aos gastos do evento oficial, levantando questionamentos sobre a transparência.
A organização recebeu R$ 16,2 milhões da Secretaria-Geral da Presidência e R$ 1 milhão do Ministério da Igualdade Racial. Desde o ano passado, Janja tem pressionado Lula para obter um cargo na COP30, agendada para Belém em novembro.
A falta de clareza também se estende ao contrato de R$ 478 milhões com a OEI para a COP30, um valor equivalente ao orçamento de programas como o de Aquisição de Alimentos e o de combate a incêndios na Amazônia.
A OEI frequentemente firma contratos por meio de "acordos de cooperação técnica", evitando concorrência e fiscalização.
O senador Rogério Marinho (PL-RN) levou a denúncia ao Tribunal de Contas da União (TCU), alegando que a OEI atuou como intermediária na contratação de serviços para a COP30, o que intensifica as suspeitas sobre a lisura dos processos.
*Reportagem produzida com auxílio de IA