PT questiona constitucionalidade do modelo educacional
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou nesta segunda-feira (24) que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e a Assembleia Legislativa enviem explicações sobre a criação do modelo de escolas cívico-militares. A manifestação deverĂĄ ser enviada em dez dias.
A decisão de Moraes foi motivada por uma ação na qual o PT questiona a constitucionalidade do modelo educacional, que também é questionado na Corte em uma ação protocolada pelo PSOL.
Nesse o processo, o relator, ministro Gilmar Mendes, também deu o mesmo prazo para o governo estadual se manifestar. A Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) também vão opinar sobre a questão.
A criação das escolas cívico-militares foi aprovada pelo Legislativo estadual no mĂȘs passado e sancionada pelo governador.
O PT alega que a Lei Complementar nÂș 1.398/24 é inconstitucional por violar a competĂȘncia do Congresso para legislar sobre modelos educacionais. Além disso, a legenda argumenta que os militares que vão trabalhar nas escolas militarizadas terão salĂĄrios maiores do que os ganhos dos professores da rede estadual.
"O mĂȘs trabalhado poderĂĄ ser superior a R$ 6 mil mensais – valor esse que ainda se somarĂĄ aos soldos dos policiais militares da reserva. O valor é 13% maior do que o piso salarial dos professores da rede estadual com jornada de 40 horas semanais, atualmente R$ 5,3 mil", afirma o partido. Após receber as manifestações, Moraes deverĂĄ decidir a questão.
À época da sanção da lei, o governo do estado informou que a implantação do novo modelo serĂĄ gradual, com "consentimento expresso das comunidades escolares em consultas públicas".
"A iniciativa da escola cívico-militar estĂĄ alinhada ao Plano Estadual de Educação. É uma iniciativa altamente democrĂĄtica, que dĂĄ opção às famílias e incrementa o portfólio de escolas da rede pública. A escola cívico-militar tem o propósito de melhorar o aprendizado e o ambiente escolar, além de reduzir a violĂȘncia", afirmou o secretĂĄrio executivo da Educação, Vinicius Neiva.
Fonte: AgĂȘncia Brasil